Igreja de Santa Maria de Landim
02 de julho • Igreja do mosteiro de Landim, Vila Nova de Famalicão
21h30 • Concerto Polifonia Portuguesa • Programa ll
Considerado um dos mais importantes mosteiros da diocese de Braga ao longo da época medieval, fundado na primeira metade do século XI, em 1096, por D. Diogo de Trastâmara, foi doado aos cónegos regrantes de St Agostinho. A partir de 1562 passou a pertencer à congregação de Santa Cruz de Coimbra. Os sinais da sua vivência são bem exemplificados nos diversos acrescentos após a sua fundação no período românico. Preserva a estrutura do templo original acrescida de vários elementos aplicados ao longo dos séculos seguintes. A atual fachada é do período maneirista, quando o mosteiro sofreu grandes alterações e foi aumentada a área do templo com a criação de uma nave lateral. Prologou-se ainda a capela-mor e criou-se um claustro. Trabalhos que se devem a D. Miguel da Silva, após a sua jornada em Itália.
Na fachada principal, o portal de três registos possui arcarias no piso térreo, suportadas por colunas. Sobrepõem-se dois nichos abrigando as imagens de St. Agostinho e de S. Teotónio, ladeando um janelão. No coroamento, recordando um templete, protege-se a imagem de Nossa Senhora dos Anjos. Contudo, o elemento mais singular será a maciça e alta torre sineira, que quase secundariza todos os restantes elementos da fachada. Nesta destaca-se na sua sobriedade ornamental, uma grande cartela de gosto flamengo, que emoldura o mostrador do relógio.
No interior, a nave central da igreja possui teto de caixotões, destacando-se no coro alto um importante órgão, do período rococó, em talha policromada e marmoreada com motivos em concha, tema que igualmente surge na capela-mor, sobrepondo o arco triunfal.
A ornamentação interior conta ainda com revestimento azulejar, tipo “tapete” do século XVII. A evolução retabular em Portugal é bem testemunhada (ou patente) nos altares da nave lateral, com exemplares que datam do período maneirista ao rococó.
Todavia, o elemento mais importante será o retábulo da capela-mor, ampliada de novo no século XVIII, executado pelo entalhado de Landim, Gabriel Rodrigues, a quem se deve igualmente o retábulo do Mosteiro de S. Bento da Vitória, no Porto.