09 de julho • Igreja de São Victor, Braga

21h30 • Concerto Polifonia Portuguesa • Programa ll

 

 

A atual igreja de São Vítor resulta da construção sobre um templo anterior, iniciado no final do século XVII, mais concretamente em 1686, sob o governo do arcebispo de Braga, D. Luís de Sousa, Edificou-se no local onde se crê ter sido martirizado o Santo e onde se conserva o seu sepulcro. Obra da autoria do arquiteto Miguel D’ Écola, é considerada uma percussora do barroco nacional e apresenta uma só única nave. Na fachada de linhas austeras com duas imagens de perlados bracarenses em nichos, surgem, no frontão triangular, as armas do prelado fundador. É contudo na ornamentação do seu interior, na associação da talha e do azulejo, que a igreja de S. Vitor têm merecido o reconhecimento dos historiadores de arte que aqui encontram o modelo para a evolução da decoração de interiores sacros no período barroco. O retábulo da capela-mor data de 1691, sendo da autoria de Domingos Lopes a obra inicial do chamada “estilo nacional” na talha. Os azulejos, “uma das obras maiores da azulejaria portuguesa” segundo José Fernandes Pereira, foram executados por Gabriel del Barco, figura maior do azulejo português na transição do século XVII para o século XVIII. Na capela-mor descreve-se a vida de S. Vitor segundo a narrativa de D. Rodrigo da Cunha. Facto por demais interessante, dado não seguirem, como a história de arte considera modelo gravuras ou outras imagens, mas sim uma fonte literária. Foram colocados entre 1692 e 1693. Já no corpo da nave são representados em azul e branco a vida de outros santos bracarenses, vinte e dois no total. É este conjunto azulejar que em muito justifica a celebridade do templo. Embora de grande coerência estilística, no essencial ficou terminado no final do século XVII, tendo sofrido acrescentos posteriores que não descaraterizaram este exemplo maior do património integrado nacional.