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Igreja do Bom Jesus do Monte

 

 

04 de julho • Igreja do Bom Jesus do Monte, Braga

21h30 • Concerto Polifonia Portuguesa Programa lll

 

Obra maior de Carlos Amarante (1748-1815), o projeto do Santuário de Bom Jesus do Monte foi colocado a concurso em 1781, tendo a sua construção decorrido entre 1784 e 1811. Iniciativa do arcebispo D. Gaspar de Bragança, que escolheu o local e ainda apontou o seu arquiteto Carlos Amarante. A escolha do Monte do Espinho não se deveu apenas à sua notória situação altamente cenográfica, evocando a via Sacra e o Monte Calvário. No seu topo pelo menos três igrejas aí terão existido, a mais antiga datando ainda do século XIV. Já no século XVIII, em 1722, o arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles propôs a edificação de uma Via Sacra, no Monte do Espinho, sendo o eng. Militar Manuel Pinto Vila Lobos o seu projetista. Percurso ascensional, de elaborado programa iconográfico, onde se erguiam capelas com os Passos da Paixão.

Carlos Amarante, pouco antes desta campanha, havia em 1789 sido nomeado porteiro da Câmara de D. Gaspar de Bragança. No Paço Episcopal frequentou com assiduidade a sua biblioteca, o que terá contribuído para a sua formação de arquiteto, essencialmente autodidata. Para além do escadório das Virtudes foi responsável pelo desenho dos jardins, mas sobretudo pelo grande templo que coroa todo o conjunto. Com duas salientes torres que marcam o corpo central, a sua grandeza levou-a a ser considerada na época como uma das “maiores catedrais do Reino”.

Se a arquitetura do Norte de Portugal se manifesta no exterior do templo, com os elementos escultóricos em granito contrastando com a alvenaria pintada a branco, o interior remete-nos para a Basílica da Estrela, em Lisboa, discurso plástico que Amarante retomará em outros projetos seus.

A escadaria monumental, que associa Passos da Via Sacra, convidando os fiéis a uma ascensão tanto física como espiritual, é sem dúvida o elemento mais importante do conjunto eminentemente teatral.

O carácter neoclássico do edificado utilizando a linguagem consagrada do barroco e do rococó é uma das principais assinaturas de Carlos Amarante, exemplarmente testemunhada no Bom Jesus, obra que marcará decisivamente toda a sua carreira. 

 

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