11 de julho • Igreja de São Gonçalo, Amarante

22h00 • Concerto Polifonia Portuguesa • Programa lV

 

 

 

Mandado construir pelos seus fundadores, D. João III e D. Catarina, em 1540, o Convento de S. Gonçalo de Amarante foi edificado no local onde existia uma pequena ermida de época medieval, onde se guardava a sepultura do Santo, cuja devoção se tornava cada vez mais expressiva. A edificação prolongou-se até cerca de 1620, sendo os trabalhos dirigidos na fase final por mestre Lopes, assistido por seu irmão Gonçalo Lopes, arquitetos portugueses, responsáveis pela construção de várias igrejas, com suas fachadas recordando retábulos, entre as quais o notabilíssimo San Martín Pinario em Santigado de Compostela ou San Xoan de Polo, em Pontevedra.

Na maciça fachada salienta-se como caraterística singular entre nós. Numa ampla galeria ou varanda atribuída a Manuel do Couto, arquiteto natural do Porto, surgem representadas nas pilastras que suportam as arcadas, as figuras em vulto pleno de D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e Filipe I, monarcas responsáveis pela edificação do templo, testemunho pouco referido de uma notória e notável ação de legitimação da Coroa Dual.

O extraordinário portal retabular tardo clássico da fachada, com três registos, abriga nichos com as imagens de S. Francisco de Assis, S. Domingos de Gusmão, S. Gonçalo, S. Pedro e S. Tomás de Aquino. É coroado com a imagem de Nossa Senhora do Rosário, sob as armas reais. Não é difícil associarmos este portal às pequenas bases arquitetónicas dos Calvários em teca e marfim executados em Goa.