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Mosteiro de São Martinho de Tibães

 

12 de julho • Igreja do Mosteiro de São Martinho de Tibães, Braga

18h30 • Concerto Polifonia PortuguesaPrograma l

 

 

Conjunto grandioso, a abadia beneditina de Tibães preserva ainda hoje caraterísticas singulares, nomeadamente na sua integridade arquitetónica. A construção do atual Mosteiro foi iniciada em 1628 pelo arquiteto Manuel Álvares, erguendo-se sobre um templo românico primitivo que se encontrava arruinado. Em 1661 o edifício já se encontrava concluído iniciando-se o enriquecimento do seu interior, sendo sucessivamente enriquecido até meados do século XVIII. É desta altura que se regista um novo folego com o enobrecimento da capela-mor e da sacristia.

Vendido em hasta pública em 1864, após a extinção das ordens religiosas, no último quartel do século XX encontrava-se em acelerado estado de decadência. Adquirido em boa hora pelo Estado Português, foi intervencionado de forma modelar pelo Arq. João Carlos dos Santos.

Fundamentalmente Tibães só pode ser entendido como um todo constituído pela Igreja, Mosteiro e Cerca, que com as suas diversas dependências, claustros, pátios, chafarizes, jardins e hortas, formam um conjunto verdadeiramente autónomo.

A riqueza ímpar da ornamentação da Igreja será sem dúvida uma das principais caraterísticas de Tibães. Neste domínio, a talha manifesta-se com especial magnificência. Das campanhas de seiscentos destaca-se o coro alto, grandioso trabalho de escultura no barroco inicial. Mas será contudo no século seguinte que o trabalho dos escultores em madeira atingirá o maior esplendor em Tibães. 

Embora tenham aí trabalhado grandes entalhadores anteriormente às remodelações de meados de setecentos – de que são testemunho maior as obras de Fr. Cipriano da Cruz, bem estudadas por Robert Smith -, a riqueza que alcançará na segunda metade do século XVIII, quase que ofuscará o trabalho de épocas passadas, num triunfo da talha rococó.

Logo após o engrandecimento da nova capela-mor, em 1752, dá-se início ao trabalho de talha, numa campanha em que se conjugam os autores mais importantes do barroco de Braga: André Ribeiro Soares da Silva, José Álvares de Araújo e Fr. José de Santo António de André Soares. Todo o trabalho seria dourado a partir 1760, ao longo de um ano, por João Gonçalves Ribas. A sanefa do arco triunfal, interligando um grandioso óculo e as armas dos beneditinos, num prolongamento das sanefas laterais do corpo da igreja conta-se entre as obras-primas da talha do período rococó a que se acrescenta, no domínio do mobiliário, os bancos de espaldar e a Cadeira do Abade.

Nota para a caixa de órgão que Vilaça desenharia e seria executada pelo entalhador Luís José de Sousa Neves, de Santo Tirso, e a varanda do mestre bracarense Pedro Dias. Completava-se assim o conjunto de talha mais espetacular do barroco nacional, de pujança extraordinária.

 

 

© 2015 por Fundação Cupertino de Miranda. Vila Nova de Famalicão                                                                               Apoio:  

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