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Igreja de São Francisco

 

03 de julho • Igreja de São Francisco, Porto

21h30 • Concerto Polifonia PortuguesaPrograma lll

 

 

 

Em 1388, nos alvores da consolidação da Casa de Avis, foi iniciada a construção da Igreja de S. Francisco, sobranceira à margem norte do Rio Douro. Trabalhos que se prolongaram até perto de 1410. Ainda no século XVI Diogo de Castilho traçava a Capela dos Carneiros, encomendada em 1534.Todo o templo apresenta acrescentos posteriores, testemunhando a sua importância e recuada história.

O interior possui três naves. Um dos aspetos mais significativos deste templo resulta da relação entre a ornamentação e a arquitetura – um modo exemplar de articulação – datáveis dos séculos XVII e XVIII.

O interior foi revestido a talha, com retábulos, sanefas, púlpitos, cobrindo a totalidade das capelas, as arcadas góticas da nave central, o coro e as abobadas. A obra culmina no retábulo principal, na capela-mor seguindo o modelo da Sé do Porto.

A capacidade de adaptação da talha em qualquer monumento, independentemente do seu discurso arquitetural, é aqui muito significativo. O diálogo entre o edifício secular e a nova espiritualidade, entre o ornamento e a preocupação de conservar o legado do passado é exemplarmente demonstrado na Igreja de S. Francisco.

Iniciada a construção do complexo franciscano no Porto, nos finais do século XIV, o templo encontra-se concluído em cerca de 1410. Apresenta planta em cruz latina, com três naves. A sua estrutura gótica é hoje denunciada no recorte dos arcos quebrados ou pelas nervuras das abóbadas da capela-mor, que é integralmente revestida por uma segunda pele, em madeira esculpida e dourada, colocada nos séculos XVII e XVIII, atribuindo ao templo medieval medicante a espetacularidade teatral do barroco.

Já Robert Simth havia salientado que na cidade do Porto o conceito de “igreja toda de ouro” terá perdurado mais tempo do que em outras partes do Pais, sendo S. Francisco, juntamente com Stª. Clara, um dos maiores exemplos.

Richard Twist, que visitou o Porto em 1773, descreveu o seu interior como “de ornamentos de madeira, profusamente esculpidos e inteiramente dourados, o que produz efeito distintíssimo”. Já James Murphy escreveria “é difícil acreditar que tais riquezas foram pródigas no interior”.

A diversidade da talha de S. Francisco, de que resulta uma falta de unidade estilística, traduz-se num dinamismo visual único no Património Nacional. Bem sintetizou Robert Smith que “Iluminada pelas enormes frestas góticas da abside, é a maior composição cenográfica de Portugal”.

 

 

© 2015 por Fundação Cupertino de Miranda. Vila Nova de Famalicão                                                                               Apoio:  

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